Os motivos que levaram a
população francesa a realizar uma revolução estavam ligados principalmente à
estrutura feudal que ainda vigorava no país. O privilégio detido pela
aristocracia e pelo clero obrigava camponeses a pagarem altos tributos. Além
disso, problemas climáticos nos anos que antecederam a revolução causaram más
colheitas, preços altos e fome entre grande parte do povo. As pessoas das
cidades também estavam insatisfeitas, e novos grupos sociais surgiam com novos
interesses, principalmente a burguesia.
Para tentar aplacar as
insatisfações, o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais, em
1788. Formavam os estados gerais três ordens: o clero, a nobreza e o povo.
Porém, durante a Assembleia, não houve acordo entre as ordens. O rei dissolveu
a assembleia. O povo rebelou-se contra o rei, invadindo a Bastilha, e
apresentou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Os camponeses
passaram a ocupar as terras dos senhores e a persegui-los, no que ficou conhecido
como o “Grande Medo”. Tinha início a Revolução Francesa.
Para fins de estudo
dividimos a Revolução Francesa em três fases:
Primeira fase (1789-1792): Monarquia
Constitucional;
Segunda fase (1792-1794): Convenção -
1792/1793 e Terror;
Terceira fase (1794-1799): Diretório.
Monarquia
Constitucional (1789-1792)
No dia 26 de agosto de 1789
foi aprovada pela Assembleia a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Esta Declaração assegurava
os princípios da liberdade, da igualdade, da fraternidade (“Liberté, égalité,
fraternité” - lema da Revolução), além do direito à propriedade.
A recusa do rei Luís XVI em
aprovar a Declaração provoca novas manifestações populares. Os bens do clero
foram confiscados e muitos padres e nobres fugiram para outros países. A instabilidade
na França era grande.
A Constituição ficou pronta
em setembro de 1791. Dentre os muitos artigos podemos destacar: o governo foi
transformado em monarquia constitucional; o poder executivo caberia ao rei,
limitado pelo legislativo, constituído pela Assembleia; os deputados teriam
mandato de dois anos; o voto não teria caráter universal: só seria eleitor quem
tivesse uma renda mínima (voto censitário); suprimiu-se os privilégios e as
antigas ordens sociais; confirmou-se a abolição da servidão e a nacionalização
dos bens eclesiásticos; manteve-se a escravidão nas colônias
.
O
Terror (1792-1794)
Internamente, a crise
começava a provocar divisão entre os próprios revolucionários.
Os girondinos - representantes da alta burguesia, defendiam posições
moderadas.
Por sua parte, os jacobinos - representantes da média e
da pequena burguesia, constituía o partido mais radical, sob a liderança de
Maximilien Robespierre.
Havia também o Grupo da Planície, que representava a
burguesia financeira e mudava de posição com relação a girondinos e jacobinos
conforme o que lhes convinha.
Foi assim instalada a
ditadura jacobina que introduziu novidades na Constituição como: Voto universal
e não censitário; fim da escravidão na colônias; congelamento de preços de
produtos básicos como o trigo; instituição do Tribunal Revolucionário para
julgar os inimigos da Revolução.
Nessa altura, foram
ordenadas a morte, pela guilhotina, de várias pessoas que eram contra a revolução.
As execuções tornaram-se um espetáculo popular, pois aconteciam diversas vezes
ao dia num ato público.
O próprio rei Luís XVI foi
morto desta forma em 1793. Meses depois a rainha Maria Antonieta também foi
guilhotinada. Essa fase, entre 1793 e 1794, é conhecida como “O Terror”.
A Lei dos Suspeitos aprovava
a prisão e a morte cruel dos anti revolucionários. Nessa mesma altura, as
igrejas eram encerradas e os religiosos obrigados a deixar seus conventos.
Aqueles que recusavam eram executados. Além da guilhotina, os suspeitos eram
afogados no rio Loire.
Para os ditadores, essas
execuções eram uma forma justa de acabar com os inimigos. Essa atitude causava
terror na população francesa que se voltou contra Robespierre e o acusou de
tirania.
Nessa sequência, após ser
detido, também Robespierre foi executado na ocasião que ficou conhecida como
“Golpe do 9 Termidor”, em 1794.
Diretório
(1794-1799)
A fase do Diretório dura
cinco anos de 1794-1799 e se caracteriza pela ascensão da alta burguesia, os
girondinos, ao poder. Recebe este nome, pois eram cinco diretores que
governavam a França neste momento.
Inimigos dos jacobinos, seu
primeiro ato é revogar todas as medidas que eles haviam feito durante sua
legislação.
No entanto, a situação era
delicada. Os girondinos atraíram a antipatia da população ao revogar o
congelamento de preços, por exemplo.
Vários países europeus como
a Inglaterra e o Império Austríaco ameaçavam invadir a França a fim de conter
os ideais revolucionários. Por fim, a própria nobreza e a família real no
exílio, buscavam organizar-se para restaurar o trono.
Diante desta situação, o
Diretório recorre ao Exército, na figura do jovem e brilhante general Napoleão
Bonaparte para conter os ânimos dos inimigos.
Desta maneira, Bonaparte dá
um golpe - o 18 Brumário - onde instaura o Consulado, um governo mais
centralizado que traria paz ao país por alguns anos.
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