quinta-feira, 14 de maio de 2020

Fases da Revolução Francesa


Revolução Francesa (1789): resumo, causas e exercícios - Toda Matéria
Os motivos que levaram a população francesa a realizar uma revolução estavam ligados principalmente à estrutura feudal que ainda vigorava no país. O privilégio detido pela aristocracia e pelo clero obrigava camponeses a pagarem altos tributos. Além disso, problemas climáticos nos anos que antecederam a revolução causaram más colheitas, preços altos e fome entre grande parte do povo. As pessoas das cidades também estavam insatisfeitas, e novos grupos sociais surgiam com novos interesses, principalmente a burguesia.
Para tentar aplacar as insatisfações, o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais, em 1788. Formavam os estados gerais três ordens: o clero, a nobreza e o povo. Porém, durante a Assembleia, não houve acordo entre as ordens. O rei dissolveu a assembleia. O povo rebelou-se contra o rei, invadindo a Bastilha, e apresentou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Os camponeses passaram a ocupar as terras dos senhores e a persegui-los, no que ficou conhecido como o “Grande Medo”. Tinha início a Revolução Francesa.
Para fins de estudo dividimos a Revolução Francesa em três fases:
Primeira fase (1789-1792): Monarquia Constitucional;
Segunda fase (1792-1794): Convenção - 1792/1793 e Terror;
Terceira fase (1794-1799): Diretório.

Monarquia Constitucional (1789-1792)
No dia 26 de agosto de 1789 foi aprovada pela Assembleia a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Esta Declaração assegurava os princípios da liberdade, da igualdade, da fraternidade (“Liberté, égalité, fraternité” - lema da Revolução), além do direito à propriedade.
A recusa do rei Luís XVI em aprovar a Declaração provoca novas manifestações populares. Os bens do clero foram confiscados e muitos padres e nobres fugiram para outros países. A instabilidade na França era grande.
A Constituição ficou pronta em setembro de 1791. Dentre os muitos artigos podemos destacar: o governo foi transformado em monarquia constitucional; o poder executivo caberia ao rei, limitado pelo legislativo, constituído pela Assembleia; os deputados teriam mandato de dois anos; o voto não teria caráter universal: só seria eleitor quem tivesse uma renda mínima (voto censitário); suprimiu-se os privilégios e as antigas ordens sociais; confirmou-se a abolição da servidão e a nacionalização dos bens eclesiásticos; manteve-se a escravidão nas colônias
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O Terror (1792-1794)
Internamente, a crise começava a provocar divisão entre os próprios revolucionários.
Os girondinos - representantes da alta burguesia, defendiam posições moderadas.
Por sua parte, os jacobinos - representantes da média e da pequena burguesia, constituía o partido mais radical, sob a liderança de Maximilien Robespierre.
Havia também o Grupo da Planície, que representava a burguesia financeira e mudava de posição com relação a girondinos e jacobinos conforme o que lhes convinha.
Foi assim instalada a ditadura jacobina que introduziu novidades na Constituição como: Voto universal e não censitário; fim da escravidão na colônias; congelamento de preços de produtos básicos como o trigo; instituição do Tribunal Revolucionário para julgar os inimigos da Revolução.
Nessa altura, foram ordenadas a morte, pela guilhotina, de várias pessoas que eram contra a revolução. As execuções tornaram-se um espetáculo popular, pois aconteciam diversas vezes ao dia num ato público.
O próprio rei Luís XVI foi morto desta forma em 1793. Meses depois a rainha Maria Antonieta também foi guilhotinada. Essa fase, entre 1793 e 1794, é conhecida como “O Terror”.
A Lei dos Suspeitos aprovava a prisão e a morte cruel dos anti revolucionários. Nessa mesma altura, as igrejas eram encerradas e os religiosos obrigados a deixar seus conventos. Aqueles que recusavam eram executados. Além da guilhotina, os suspeitos eram afogados no rio Loire.
Para os ditadores, essas execuções eram uma forma justa de acabar com os inimigos. Essa atitude causava terror na população francesa que se voltou contra Robespierre e o acusou de tirania.
Nessa sequência, após ser detido, também Robespierre foi executado na ocasião que ficou conhecida como “Golpe do 9 Termidor”, em 1794.

Diretório (1794-1799)
A fase do Diretório dura cinco anos de 1794-1799 e se caracteriza pela ascensão da alta burguesia, os girondinos, ao poder. Recebe este nome, pois eram cinco diretores que governavam a França neste momento.
Inimigos dos jacobinos, seu primeiro ato é revogar todas as medidas que eles haviam feito durante sua legislação.
No entanto, a situação era delicada. Os girondinos atraíram a antipatia da população ao revogar o congelamento de preços, por exemplo.
Vários países europeus como a Inglaterra e o Império Austríaco ameaçavam invadir a França a fim de conter os ideais revolucionários. Por fim, a própria nobreza e a família real no exílio, buscavam organizar-se para restaurar o trono.
Diante desta situação, o Diretório recorre ao Exército, na figura do jovem e brilhante general Napoleão Bonaparte para conter os ânimos dos inimigos.
Desta maneira, Bonaparte dá um golpe - o 18 Brumário - onde instaura o Consulado, um governo mais centralizado que traria paz ao país por alguns anos.

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