quinta-feira, 14 de maio de 2020

A Reforma pela Europa e a Contrarreforma


Reformas Protestantes e Contra Reforma Católica | Kuadro - Pré ...
A Alemanha e a França destacaram-se quando se tratava da Reforma Protestante:

Na Alemanha: Iniciou-se com o monge alemão Martinho Lutero, que teve suas 95 teses espalhadas pela Europa em menos de um mês. Foi processado por heresia notória pela Igreja Católica, excomungado e exilado por um ano. Mas já era tarde, a população começava a apoiar Lutero e até alguns padres e freiras entraram nessa rebelião ideológica a favor dele. Alguns conflitos armados aconteceram, em resposta às questões sociais. Martinho Lutero chegou a ser convocado para desmentir suas teses, mas no lugar disso, ele continuou defendendo-as e pedindo por uma reforma.

Na França: Com o inicialmente humanista João Calvino e ex-integrante do Clero, a França começou sua reforma no ano de 1534. Ele era visto como um representante importante do movimento protestante e logo atraiu muitos banqueiros e burgueses para o “calvinismo”. Mesmo após a sua morte, em 1564, ele permanece como uma figura central da história da Suíça (local para qual fugiu depois de perseguições na França). O Calvinismo surge num segundo momento da Reforma Protestante, na França, com João Calvino (1509-1564). Enquanto os luteranos acreditam que as pessoas alcançam o caminho da salvação mediante a fé e o seu comportamento voltado para boas ações, os calvinistas pregam a Doutrina da Predestinação, que significa que caminho de cada pessoa já está traçado por Deus.

Na Inglaterra, diferentemente das demais regiões, a Reforma Religiosa ocorreu a partir da iniciativa de um rei, e não de teólogos críticos às doutrinas e práticas do clero católico. O motivo que levou o soberano inglês Henrique VIII a se desligar da Igreja de Roma foi a não aceitação de seu pedido de divórcio enviado ao papa Clemente VI.
Henrique VIII era casado com Catarina de Aragão, nobre de origem espanhola. O motivo do pedido seria o fato de sua esposa não lhe dar um filho homem, situação que impossibilitava ao sobreano inglês deixar em seu lugar no trono da Inglaterra um descendente seu. Dos seis filhos de Catarina, apenas a princesa Maria sobreviveu. O interesse de Henrique VIII era casar com Ana Bolena, uma dama da corte da Inglaterra, e com ela poder ter um filho que o sucederia. Como não foi aceito o pedido pelo papa, o rei inglês declarou seu divórcio da rainha através de um tribunal nacional, em 1533. Um ano depois, Henrique VIII foi excomungado por Clemente VI.
Após Henrique VIII ser excomungado, foi decretado na Inglaterra o Ato de Supremacia, pelo qual o soberano inglês passava a ser o chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Com essa medida, era criada a chamada Igreja Anglicana. O rei inglês passava a ter o poder de nomear os ocupantes dos cargos eclesiásticos, além de decidir sobre assuntos de ordem religiosa. A estrutura eclesiástica foi mantida, adotando-se, porém, posteriormente, a doutrina teológica desenvolvida por João Calvino.
No aspecto econômico, o Estado Inglês confiscou todos os bens da Igreja Católica, principalmente as terras dos mosteiros, que foram vendidas a vários nobres, comerciantes e fazendeiros. Tais medidas agradaram aos gentry, membros da pequena nobreza ligados ao comércio e às atividades econômicas do nascente capitalismo.

Contrarreforma
Em resposta a Reforma Protestante, a Igreja Católica iniciou a contrarreforma, tentando frear os protestantes.
A Contrarreforma, de modo geral, consistiu em um conjunto de medidas tomadas pela Igreja Católica com o surgimento das religiões protestantes. A Contra reforma estabeleceu um conjunto de medidas que atuou em duas vias: atuando contra outras denominações religiosas e promovendo meios de expansão da fé católica.
Uma das principais medidas tomadas foi a criação da Companhia de Jesus. Designados como um braço da Igreja, os jesuítas deveriam expandir o catolicismo ao redor do mundo. Contando com uma estrutura hierárquica rígida, os jesuítas foram os principais responsáveis pelo processo de catequização das populações dos continentes americano e asiático. Utilizando um sistema de rotinas e celebrações religiosas regulares, a Companhia de Jesus conseguiu converter um grande número de pessoas nos territórios coloniais europeus.
A Inquisição, instaurada pelo Tribunal do Santo Oficio, outra instituição eclesiástica criada na Contrarreforma, teve como principal função combater o desvio dos fiéis católicos e a expansão de outras denominações religiosas. Além de perseguir protestantes, a Santa Inquisição também combateu judeus e islâmicos, que eram considerados pecadores e infiéis. Entre outras formas, a Inquisição atuava com a abertura de processos de investigação que acatavam denúncias contra hereges e praticantes de bruxaria. Caso fossem comprovadas as denúncias, o acusado era punido com sanções que iam desde o voto de silêncio até a morte na fogueira.
Em 1542, o Concílio de Trento, uma reunião dos principais líderes da Igreja organizada pelo papa Paulo III, selou o conjunto de medidas tomadas pela Contrarreforma. No Concílio de Trento estabeleceu-se o princípio de infabilidade papal e a declaração do Índex, conjunto de livros proibidos pela Igreja. Além disso, a Vulgata foi estabelecida como versão oficial da Bíblia Sagrada, foi proibida a venda de indulgências e todas as doutrinas católicas foram reafirmadas.
O principal acontecimento dessa medida desesperada da igreja foi o massacre de São Bartolomeu, que vitimou cerca de 100 000 protestantes na França. E após toda essa luta pela reforma, o Protestantismo conseguiu tornar-se um dos principais ramos do cristianismo.

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