A Alemanha e a França
destacaram-se quando se tratava da Reforma Protestante:
Na
Alemanha: Iniciou-se com o monge alemão Martinho Lutero, que teve
suas 95 teses espalhadas pela Europa em menos de um mês. Foi processado por
heresia notória pela Igreja Católica, excomungado e exilado por um ano. Mas já
era tarde, a população começava a apoiar Lutero e até alguns padres e freiras
entraram nessa rebelião ideológica a favor dele. Alguns conflitos armados
aconteceram, em resposta às questões sociais. Martinho Lutero chegou a ser
convocado para desmentir suas teses, mas no lugar disso, ele continuou
defendendo-as e pedindo por uma reforma.
Na
França: Com o inicialmente humanista João Calvino e
ex-integrante do Clero, a França começou sua reforma no ano de 1534. Ele era
visto como um representante importante do movimento protestante e logo atraiu
muitos banqueiros e burgueses para o “calvinismo”. Mesmo após a sua morte, em
1564, ele permanece como uma figura central da história da Suíça (local para
qual fugiu depois de perseguições na França). O Calvinismo surge num segundo
momento da Reforma Protestante, na França, com João Calvino (1509-1564).
Enquanto os luteranos acreditam que as pessoas alcançam o caminho da salvação
mediante a fé e o seu comportamento voltado para boas ações, os calvinistas
pregam a Doutrina da Predestinação, que significa que caminho de cada pessoa já
está traçado por Deus.
Na
Inglaterra, diferentemente das demais regiões, a Reforma
Religiosa ocorreu a partir da iniciativa de um rei, e não de teólogos críticos
às doutrinas e práticas do clero católico. O motivo que levou o soberano inglês
Henrique VIII a se desligar da Igreja de Roma foi a não aceitação de seu pedido
de divórcio enviado ao papa Clemente VI.
Henrique VIII era casado com
Catarina de Aragão, nobre de origem espanhola. O motivo do pedido seria o fato
de sua esposa não lhe dar um filho homem, situação que impossibilitava ao
sobreano inglês deixar em seu lugar no trono da Inglaterra um descendente seu.
Dos seis filhos de Catarina, apenas a princesa Maria sobreviveu. O interesse de
Henrique VIII era casar com Ana Bolena, uma dama da corte da Inglaterra, e com
ela poder ter um filho que o sucederia. Como não foi aceito o pedido pelo papa,
o rei inglês declarou seu divórcio da rainha através de um tribunal nacional,
em 1533. Um ano depois, Henrique VIII foi excomungado por Clemente VI.
Após Henrique VIII ser
excomungado, foi decretado na Inglaterra o Ato
de Supremacia, pelo qual o soberano inglês passava a ser o chefe supremo da
Igreja da Inglaterra. Com essa medida, era criada a chamada Igreja Anglicana. O
rei inglês passava a ter o poder de nomear os ocupantes dos cargos
eclesiásticos, além de decidir sobre assuntos de ordem religiosa. A estrutura
eclesiástica foi mantida, adotando-se, porém, posteriormente, a doutrina
teológica desenvolvida por João Calvino.
No aspecto econômico, o
Estado Inglês confiscou todos os bens da Igreja Católica, principalmente as
terras dos mosteiros, que foram vendidas a vários nobres, comerciantes e
fazendeiros. Tais medidas agradaram aos gentry, membros da pequena nobreza
ligados ao comércio e às atividades econômicas do nascente capitalismo.
Contrarreforma
Em resposta a Reforma
Protestante, a Igreja Católica iniciou a contrarreforma, tentando frear os
protestantes.
A Contrarreforma, de modo
geral, consistiu em um conjunto de medidas tomadas pela Igreja Católica com o
surgimento das religiões protestantes. A Contra reforma estabeleceu um conjunto
de medidas que atuou em duas vias: atuando contra outras denominações
religiosas e promovendo meios de expansão da fé católica.
Uma das principais medidas
tomadas foi a criação da Companhia de Jesus. Designados como um braço da
Igreja, os jesuítas deveriam expandir o catolicismo ao redor do mundo. Contando
com uma estrutura hierárquica rígida, os jesuítas foram os principais
responsáveis pelo processo de catequização das populações dos continentes
americano e asiático. Utilizando um sistema de rotinas e celebrações religiosas
regulares, a Companhia de Jesus conseguiu converter um grande número de pessoas
nos territórios coloniais europeus.
A Inquisição, instaurada
pelo Tribunal do Santo Oficio, outra instituição eclesiástica criada na
Contrarreforma, teve como principal função combater o desvio dos fiéis
católicos e a expansão de outras denominações religiosas. Além de perseguir
protestantes, a Santa Inquisição também combateu judeus e islâmicos, que eram considerados
pecadores e infiéis. Entre outras formas, a Inquisição atuava com a abertura de
processos de investigação que acatavam denúncias contra hereges e praticantes
de bruxaria. Caso fossem comprovadas as denúncias, o acusado era punido com
sanções que iam desde o voto de silêncio até a morte na fogueira.
Em 1542, o Concílio de
Trento, uma reunião dos principais líderes da Igreja organizada pelo papa Paulo
III, selou o conjunto de medidas tomadas pela Contrarreforma. No Concílio de
Trento estabeleceu-se o princípio de infabilidade papal e a declaração do
Índex, conjunto de livros proibidos pela Igreja. Além disso, a Vulgata foi
estabelecida como versão oficial da Bíblia Sagrada, foi proibida a venda de
indulgências e todas as doutrinas católicas foram reafirmadas.
O principal acontecimento
dessa medida desesperada da igreja foi o massacre de São Bartolomeu, que
vitimou cerca de 100 000 protestantes na França. E após toda essa luta pela
reforma, o Protestantismo conseguiu tornar-se um dos principais ramos do
cristianismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário