terça-feira, 26 de junho de 2012

A Era Stalin

Após a morte de Lenin (1924) começou uma disputa pelo controle no Partido e pelo pode na URSS. Os envolvidos na disputa eram: Trotsky e Stalin.
Trotsky defendia a tese de que a revolução deveria se expandir por todo o mundo (Revolução Permanente).
Stalin defendia que a revolução socialista deveria se consolidar primeiro na URSS (Tese do socialismo em um só país).
Stalin saiu vitorioso da disputa tendo sua tese aprovada no XIV Congresso do partido, em 1925.
Segui-se a perseguição a Trotsky, que perdeu suas funções no partido até ser expulso da URSS em 1929. Em 1940 Trotsky foi assassinado a golpes de picareta quando estava exilado no México. Seus biografos afirmam que seu assassinato foi ordenado por Stalin.
Stalin desde dezembro de 1929 tornara-se o todo-poderoso da URSS.
Técnicos do governo passaram a planejar a economia por meio da elaboração de planos quinquenais (para cada cinco anos), promoveram grandes transformações que tornaram o país uma das maiores potências do século XX. Desenvolveu-se a indústria pesada, foram exploradas as reservas de carvão, ferro e petróleo. Ampliou-se a eletrificação em todo o país, mecanizou-se a agricultura e promoveu-se a transformação das propriedades rurais em terras de uso coletivo (coletivização do campo), que atingiu mais de 60% das atividades rurais. Desenvolveu-se a educação pública, com a ampliação do número de alunos, o fim do analfabetismo e a construção de muitas escolas e universidades.
O lado cruel desse processo foi a implantação da ditadura stalinista, que perseguiu brutalmente todas as formas de oposição. 
No período de 1936 a 1938, ocorreram as chamadas depurações stalinistas: milhares de presos, torturados e até mesmo executados.

Reformas Políticas

O governo russo combateu duramente os opositores. Quem discordasse das orientações do Partido Comunista era considerado um traidor da Revolução e da Pátria. Em 1921, em meio a um processo de restriçoes à liberdade, o governo proibiu qualquer forma de oposição política e unificou o sindicato dos trabalhadores sob o comando do partido comunista, que se tornou o único partido permitido no país.
Em abril de 1922 Stalin foi nomeado secretario-geral do partido e prosseguiu combatendo as vozes discordantes,  mesmo dentro do partido. Nesse mesmo ano foi fundada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
A URSS passou a ser controlada por membros das diversas repúblicas, o órgão máximo de governo era o Soviete Supremo (legislativo), responsável pela eleição de um comitê executivo (Presidium) dirigido por um presidente com a função de chefe de Estado. Com Stalin, o partido comunista da União Soviética (PCURSS) passou a dominar a sociedade. As ordens vindas da cúpula do partido tornaram-se inquestionáveis, e todos deviam se submeter a elas.

A Nova Política Econômica

Entre 1918 e 1921 a política econômica da Rússia se limitou ao Comunismo de Guerra, onde a economia estava submetida ao controle total do governo, não havendo espaço para empresários (setor privado).
A partir de março de 1921 o novo governo russo adotou medidas que ficaram conhecidas como Nova Política Econômica (NEP).
Algumas medidas da NEP foram vistas como um retorno as práticas capitalistas liberais:
Maior liberdade para a negociação de salários;
Permissão para o funcionamento de pequenas empresas industriais e de serviços;
E autorização para os camponeses venderem o excesso de sua produção agrícola depois de terem pago os impostos.
Cabia ao Estado a supervisão geral da economia e o controle de setores vitais, como o comérico exterior, o sistema bancário e as industrias de base.
Grças a liberdade dada aos agricultores a agricultura cresceu permitindo aumento das safras e dos rebanhos. No entanto, devido a falta de tecnologia e o isolamento internacional da Rússia, a indústria permaneceu estagnada.

A guerra Civil Russa

A terceira fase da Revolução ocorreu entre 1918 e 1921, onde forças ligadas à monarquia russa tentaram organizar uma contrarrevolução para tirar os bolcheviques do poder. Para isso contaram com o apoio econômico e militar de diferentes países como Inglaterra, França e Japão que temiam o avanço do comunismo para os seus países.
Os bolcheviques conseguiram se manter no poder graças a ação do Exército Vermelho, que sob o camando de Trotsky. Após violenta guerra civil esse exército saiu vitorioso e expulsou os invasores estrangeiros da Rússia.
O Exército Vermelho foi criado por orientação de Trotsky e tinha como objetivo arregimentar trabalhadores e camponeses para lutar na guerra civil, a cor vermelha era associada aos ideais socialistas.
Com a vitória na guerra civil os membros do partido bolchevique, que desde 1918 adotara o nome de Partido Comunista, consolidaram-se no poder.
Após a vitória dos bolcheviques na guerra civil os governos dos países capitalistas ocidentais tentaram isolar a Rússia do relacionamento internacional por temor de que o socialismo se expandisse, pois acreditavam que a revolução russa era uma ameaça a propriedade privada.

Revolução Vermelha

Essa é a segunda fase da Revolução Russa, compreendendo o período de novembro de 1917 a 1918.
Em novembro de 1917, quando os Bolcheviques conseguiram eleger apenas um quarto da assembléia constituinte para a elaboração da constituição russa, inconformados partiram para o confronto e tomaram o poder em 7 de novembro.
Os bolcheviques dissolveram a assembléia constituinte no início de 1918 e delegaram todo o poder ao Conselho dos Comissários do Povo.
Presidido por Lenin o conselho tomou uma série de medidas:
Retirar os combatentes russos da primeira guerra mundial;
Encaminhou as negociações de paz com o governo da Alemanha em março de 1918 firmando o tratado de Brest-Litovsk;
Confisco de propriedades privadas (mais de 150 milhões de hectares de terra foram confiscados dos nobres e da Igreja Ortodoxa e distribuídos entre os camponeses);
O governo também passou a intervir duramente na vida econômica russa, nacionalizando bancos, fábricas, e elaborando um planejamento para todos os setores econômicos.

A Revolução Branca

A insatisfação popular, as derrotas na Primeira Guerra Mundial e a luta interna pelo poder, levaram o Gzar Nicolau II a abdicar do poder em 15 de março de 1917.
O processo revolucionário pode ser dividido em três fases: a revolução branca, a revolujção vermelha e a Guerra Civil.
A Revolução Branca foi a primeira fase da revolução e aconteceu de março a novembro de 1917.
Após a queda do Gzar Nicolau II, instalou-se um governo provisório chefiado pelo príncipe Georg Lvov e formado por políticos liberais vindos da Duma. No início Kerensky ocupou o cargo de ministro da guerra e a partir de 27 de julho, tornou-se o principal líder desse governo.
As principais medidas do governo foram:
A diminuição da jornada de trabalho dos operários de 12 para 8 horas diárias;
A anistia dos presos políticos e a permissão de retorno dos que estavam no exílio;
A garantia das liberdades fundamentais do cidadão (direitos de expressão e associação).

Porém o governo nãoresolveu os graves problemas que afligiam camponeses e operários e ainda contra a vontade popular manteve a Rússia na Guerra.
Beneficiado com a permissão de retorno dos exilados, Lenin voltou à Rússia em abril de 1917 e passou a liderar a oposição socialista ao governo provisório. Reassumiu o controle do partido Bolchevique e publicou as Teses de Abril, em que defendia a nacionalização dos bancos e da propriedade privada e pregava a formação de uma República dos sovietes. Os principais lemas desse documento eram: "o fim imediato da guerra", "terra para os camponeses"e "todo poder aos sovietes". 

domingo, 24 de junho de 2012

A Revolta de 1905

Em 1904, os russos entraram em guerra contra o Japão devido à disputa por territórios na China. Com exércitos despreparados e uma frota ultrapassada a Rússia foi rapidamente derrotada perdendo terrotórios e influência na área banhada pelo oceano Pacífico no Oriente.
A derrota agravou ainda mais as dificuldades econômicas do império russo. Uma série de revoltas e greves se espalhou pelo país. Nessa época surgiram os primeiros sovietes (conselhos políticos de operários e soldados que se reuniam nas fábricas e guarnições militares).
Diante do clima de revolta o Gzar Nicolau II anunciava o fim do absolutismo e prometia melhoria de vida para os trabalhadores. Seu governo indicava que faria reformas, como a convocação de eleições para a Duma (Parlamento), que se encarregaria da elaboração de uma constituição para a Rússia.
Os políticos reformistas, que representavam os industriais e os proprietários de terra, ficaram satisfeitos com essas promessas. Assim os reformistas pretendiam manter a ordem gzarista e temiam o caráter socialista da crescente revolta dos trabalhadores que ameaçava a propriedade privada ao anunciar a distribuição de riqueza de forma igualitária.
O apoio dos reformistas, a repressão aos revolucionários pelas tropas que haviam retornado da guerra contra o Japão e o isolamentos dos bolcheviques foram fatores que ocasionaram a derrota da revolução.
Na época Lenin afirmou que a derrota serivira para a reavaliação de erros e fraquezas e a preparação para superá-los.

Industrialização e Movimento Operário Russo

 
A industrialização russa foi impulsionada principalmente por capitalistas franceses, alemães e belgas. Os investimentos se concentraram nos principais centros urbanos russos (São Petesburgo, Moscou, Odessa e Kieve). Nessas cidades formou-se um operariado de 3 milhões de trabalhadores que recebiam salários miseráveis, trabalhavam 12 horas ou mais e recebiam castigos físicos. As habitações eram ruins e as crianças não tinham acesso à escola.
A industrialização cresceu rapidamente e junto com ele os grupos de oposição ao absolutismo. Dentre esses grupos destacou-se o Partido Operário Social Democrata, fundado em 1898 e de orientação marxista.
Entre os principais líderes do partido estavam: Lenin (1870-1924) e Leon Trotsky (1879-1940).
Em 1903 devido a divergências internas o partido se dividiu em dois grupos: mencheviques e bolcheviques.
Os mencheviques (termo de origem russa que significa a minoria do partido) de fendiam que os trabalhadores poderíam chegar ao poder através de alianças com políticas com a burguesia liberal. Acreditavam em uma visão evolutiva da história, por isso, defendiam que só depois da plena evolução do capitalismo poderia ter início a ação revolucionária. Assim sendo, estavam vivendo a fase em que a burguesia industrial deveria ocupar ao poder cabendo aos operários apenas o estabelecimento de alianças com essa burguesia.
Os bolcheviques (maioria em relação ao partido) defendiam que os trabalhadores deveriam de forma imediata tomar o poder colocando fim ao absolutismo e através da luta estabelecer a "ditadura do proletariado" (forma de governo em que o poder político, social e econômico estaria nas mãos dos trabalhadores, unidos em torno de um partido representativos dos operários e camponeses. Seu principal líder era Lenin.

Absolutismo Russo

No início do século XX o império russo ainda era governado por uma monarquia absolutista, o que equivale a dizer que o Gzar, o imperador russo, governava sem limitação de poder. Sua autoridade era absoluta e o exercício de poder era baseado totalmente na sua pessoa.
O Gzar contava ainda com o apoio da elite da sociedade formada pela nobreza rural, ricos proprietários de terra (kulaks), altos funcionários da administração pública, oficiais de alta patente das forças armadas, e um pequeno grupo de industriais ligados aos capitalistas estrangeiros que investiam na industrialização do país desde o final do século XIX.
As atividades rurais predominavam na economia do país. A cada 100 russos, 85 viviam no campo, a maioria era composta de camponeses pobres (mujiques). Mesmo com a abolição da servidão, as condições de vida dos camponeses não melhoraram, faltavam técnicas adequadas de plantio e a produção agrícola não era suficiente para atender a população.