O reinício das guerras em 1803 propiciou a proclamação do Império. O perigo nacional foi aproveitado por Napoleão, que se fez imperador hereditário. Nova Constituição surgiu para a legalizar o fato (1804). Outro plebiscito confirmou a instituição do Império.
Uma nova corte foi formada: a família imperial, os grandes dignitários, marechais da França, grandes oficiais da Coroa. A etiqueta era minuciosa, como no Antigo Regime.
Em 1804 o poder imperial era absoluto. Foi sagrado religiosamente pelo papa em Paris. Criou-se uma nobreza imperial com os títulos tradicionais. A hierarquia de títulos correspondia à hierarquia de funções.
O Código Civil foi seguido pelos Códigos Comercial e Penal. A economia da França foi impulsionada.
Os camponeses proprietários produziam mais nos seus campos que outrora. Essa prosperidade explica seu apoio ao regime. Igualmente, a indústria foi estimulada.
Numerosos trabalhos, iniciados pelo Consulado, foram completados: abertura de canais, reconstrução dos portos, construção de estradas, embelezamento de grandes cidades.
Havia também várias insatisfações internas, o aumento dos impostos e a perda cada vez maior de jovens franceses nas guerras, desagradavam a sociedade francesa.
O reinício das guerras em 1803 implicou uma luta contra a Inglaterra, Rússia e Áustria, unidas na Terceira Coalizão (1805). Os ingleses venceram no mar, em Trafalgar, mas os austro-russos foram derrotados em terra (Austerlitz). A Áustria foi expulsa da Itália. Na Alemanha foi criada a Confederação do Reno, que substituía o Santo Império, sob a tutela francesa. A Itália foi totalmente submetida ao poder de Napoleão.
Em 1806, formou-se a Quarta Coalizão, tendo a Prússia sido batida em Lena e a Rússia em Friedland. Pela Paz de Tilsit, a Prússia foi desmembrada e o czar tomou-se aliado de Napoleão.
Contra a Inglaterra foi decretado o Bloqueio Continental, tentativa de enfraquecer a economia inglesa, obrigando todos os países europeus a fecharem seus portos ao comércio inglês. O início da conquista da Península Ibérica (Portugal e Espanha) abriu novos campos de conflito. Em 1809 os austríacos retomaram as armas, mas, vencidos em Wagram, sofreram novo desmembramento.
O poder napoleônico encontrava-se no seu apogeu. Toda a Europa Ocidental lhe foi submetida; o exército era bem organizado, numeroso, quase imbatível.
Uma ameaça séria se apresentava. A intervenção francesa provocou o surgimento de rebeldias nacionalistas, principalmente na Prússia.
A aliança entre franceses e russos foi rompida em 1812, porque os russos não puderam manter por mais tempo o bloqueio ao comércio inglês, muito importante para a Rússia. Napoleão invadiu este país, venceu a Batalha de Moscou, mas o inverno obrigou-o a uma retirada desastrosa.
A Prússia e a Áustria se uniram à Rússia, vencendo Napoleão em Leipzig (1813) e invadindo a França no ano seguinte. Paris foi tomada pelos aliados, que restabeleceram a Monarquia deposta em 1792: Luís XVIII foi levado ao trono.
Napoleão, feito prisioneiro, foi transferido para a Ilha de Elba, de onde fugiu um ano depois (março de 1815), retomando o poder, com o governo dos Cem dias. Reorganizando suas forças, chocou-se com a última coligação em Waterloo, na Bélgica, onde foi vencido e aprisionado pelos ingleses, que o exilaram na Ilha de Santa Helena, onde veio a falecer.
Luís XVIII foi restaurado pela segunda vez, O Império estava findo. O Congresso de Viena (1814-1815) reorganizou o mapa político da Europa, conturbado por Napoleão. O equilíbrio foi estabelecido entre as grandes potências europeias: Áustria, Prússia, Rússia, Inglaterra. E a Inglaterra adquiria a supremacia marítima e colonial.
Para preservar a paz na Europa, surgiu a Santa Aliança, liga dos Estados europeus que visava evitar outro incidente idêntico à Revolução Francesa e seu produto final: Napoleão. E manter o Antigo Regime nos Estados europeus.
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