A Civilização Maia desenvolveu-se
na região da Mesoamérica e teve seu auge entre 250 d.C. e 900 d.C., iniciando
sua decadência após esse período.
Os maias formavam uma civilização
que foi desenvolvida na região conhecida como Mesoamérica e que ficava
localizada na América Central, em sua maior parte, e América do Norte, apenas
em parte do território em que hoje está localizado o México.
A civilização maia teve seus
principais centros localizados na Guatemala e no México, mas vestígios dessa
civilização também foram encontrados em El Salvador, Belize, Honduras etc. São
conhecidos por serem uma civilização pré-colombiana e também uma civilização
mesoamericana.
A primeira informação de
relevância sobre a religião maia é que eles acreditavam em mais de um deus,
portanto, eram politeístas. Eles, assim como outros povos mesoamericanos,
consideravam que os seus deuses habitavam em um local chamado Tamoanchan, um
paraíso mitológico.
Esse povo acreditava que os
acontecimentos do mundo natural eram regidos por forças espirituais e pelo
poder dos ancestrais. Além disso, pensava-se que os locais da natureza eram
locais sagrados. As cavernas, por exemplo, eram enxergadas como portas para o
mundo sobrenatural e eram lugares nos quais uma série de rituais eram
realizados.
Dentro da religião maia, julgava-se
que os sacrifícios humanos eram importantes para garantir que os deuses
estivessem satisfeitos e garantissem o funcionamento do universo. Esse povo
costumava sacrificar prisioneiros de guerra e pessoas que entregavam-se
voluntariamente ao sacrifício. O arqueólogo Nicholas J. Saunders afirma que os
governantes dessa sociedade organizavam milícias com o propósito único de
aprisionar grandes guerreiros de cidades vizinhas para sacrificá-los.
Os sacrifícios aconteciam em
rituais bastante violentos e as formas mais comuns de sacrifícios eram a
decapitação e a retirada do coração enquanto a pessoa estivesse viva. As
cerimônias religiosas dos maias também eram marcadas pelo consumo de
substâncias alucinógenas. Uma das bebidas alucinógenas era o balche, composta
por bebida alcoólica feita de mel, cascas de árvore e cogumelos alucinógenos.
Os rituais de transe, por sua vez, eram restritos à elite da sociedade.
Alguns dos deuses maias que podem
ser citados são Itzamná, o deus criador do Universo; Ix Chel, a senhora do
arco-íris; Kinich Ahau deus Sol, entre outros. Muitos outros deuses Hunab Ku e
Chac eram entendidos como outras manifestações de Itzamná.
Sociedade e cultura
Os maias possuíam uma sociedade
hierarquizada, isto é, dividida em grupos sociais muito bem definidos, cada
qual com funções distintas. O grupo mais numeroso da sociedade era dos
camponeses, os responsáveis pela agricultura e pelo abastecimento de sua
cidade. A elite era a responsável pela administração das cidades-estado e pelas
funções religiosas. A autoridade máxima e topo da pirâmide social maia era o
rei de cada cidade, chamado de ajaw.
Os maias enxergavam o mundo como
um local que funcionava de maneira cíclica, isto é, em ciclos de fases que
iriam repetir para sempre. Dentro dessa visão, possuíam um sistema duplo de
calendário em que um era composto por 365 dias (chamado Haab) e outro era
composto por 260 (era chamado de Tzolkin).
Acreditavam que a Terra era plana
e que ela possuía quatro direções sagradas, cada qual possuindo uma cor respectiva.
Utilizavam de desenhos de animais para representarem suas ideias filosóficas e
outras áreas do conhecimento, como a Astronomia.
Política
Os maias nunca formaram um
império propriamente dito, como os incas e astecas, porque sua organização
política era baseada na ideia de cidades-estado. Ou seja, cada cidade era uma
entidade administrativa independente, com autoridades próprias e fronteiras que
eram estabelecidas pelos limites da própria cidade. No caso da civilização
maia, a sua zona de ocupação é considerada como as regiões que estavam sob a
influência maia.
As cidades-estado maias
praticavam o comércio entre si, mas os historiadores e arqueólogos também
provaram que elas travavam guerras entre si. Essas guerras aconteciam, porque
determinadas cidades sempre tentavam impor seu domínio sobre as cidades
vizinhas. Ao longo da história maia, algumas cidades conseguiram impor um certo
domínio regional. Entre as cidades de destaque podemos mencionar Palenque,
Tikal e Calakmul. A cidade de Chichen Itzá é apontada por alguns historiadores
como uma cidade de cultura mista de toltecas e maias.
Como já exposto, o rei chamado
pelos maias de ajaw, era a autoridade máxima da cidade e era tido pelos súditos
como uma manifestação dos deuses. O poder real era transmitido de maneira
patrilinear, isto é, seguia a linhagem do pai. Apesar dessa linhagem
patrilinear, o trono poderia ser ocupado por uma mulher nas seguintes
situações: quando o rei nomeado não tivesse a idade suficiente ou se estivesse
lutando na guerra.
Os sacrifícios humanos tinham uma
importante função na política maia. As citadas milícias formadas pelo rei para
aprisionar guerreiros de cidades vizinhas para sacrificá-los visavam,
principalmente, a guerreiros de alto nível e a governantes. Isso porque capturar
guerreiros conhecidos de outras cidades traziam grande prestígio para o rei
responsável pela captura.
Decadência dos maias
A civilização maia viveu seu auge
durante o período entre 250 d.C. e 900 d.C. Após esse período, os historiadores
apontam que foi iniciada a decadência que levou ao desaparecimento deles. Esse
período de declínio é conhecido como Período Pós-Clássico. Os motivos dessa
decadência são estudados ainda pelos historiadores, que apontam atualmente como
principais causas: a falta de alimentos resultante da superpopulação e do
esgotamento da terra, desastres naturais, doenças, além das guerras.
Durante o enfraquecimento da
civilização maia, alguns locais perderam, de maneira drástica, um grande número
de habitantes. Essas pessoas mudaram-se para outros locais da Mesoamérica em
busca de melhores condições para viver. Com isso, grande parte das cidades
maias foram abandonadas e, quando os europeus chegaram à Mesoamérica,
encontraram essas cidades total ou parcialmente vazias.
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