A sociedade colonial na América espanhola estava marcada pela cor da pele. Com o passar do tempo, devido às uniões inter-raciais, o local de nascimento seria mais importante que o grau de mestiçagem. Assim temos:
Chapetones: assim chamados os espanhóis recém-chegados nas colônias hispânicas. Ocupavam os altos cargos como Vice-Rei, Capitães Gerais, Governadores, Alcades ou Intendentes (prefeitos), bispos e arcebispos, superiores de várias ordens religiosas.
No entanto, suas prerrogativas não eram hereditárias, pois se tivessem filhos nascidos fora da metrópole, estes seriam considerados criollos e não gozavam da mesma posição social que os progenitores.
Criollos: eram os filhos de espanhóis nascidos na América. Não podiam ocupar os altos cargos, mas participavam do Cabildo e tinham uma posição social acomodada.
Os criollos exerciam várias atividades e eram profissionais como advogados, comerciantes, mas também encomenderos, exploradores de minas, fazendeiros, etc.
Ao contrário do significado em língua portuguesa, a palavra criollo, em espanhol, não representa uma pessoa de cor negra. Indica aqueles brancos que nasceram na América e não no Reino da Espanha.
Negros Escravizados: os africanos escravizados eram trazidos por traficantes ingleses e portugueses que contavam com a participação de investidores espanhóis.
As pessoas escravizadas foram utilizadas como mão de obra para substituir a população indígena dizimada no Caribe e forçados a trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar, tabaco, cacau, algodão, dentre outros cultivos.
A escravidão negra não foi homogênea nos domínios espanhóis na América. Foi intensamente empregada na região caribenha, mas com menos força no Vice-Reino do Peru, por exemplo.
Por outra parte, quase não se sente sua presença na região do rio da Prata.
Indígenas: a colonização espanhola supôs o desaparecimento da antiga forma de vida dos povos nativos.
A economia foi reorientada para o mercado externo e os indígenas trabalharam especialmente nas minas de prata, ouro e mercúrio, mas também eram empregados no serviço doméstico e na agricultura.
Com o passar do tempo, o idioma original foi sendo substituído pelo castelhano e a religião passou a ser o catolicismo. Igualmente, se desenvolve uma crença que mistura práticas pagãs com o cristianismo.
Mesmo com todas essas mudanças, alguns costumes se mantiveram e outros se mesclaram criando uma nova forma de pensar e viver. Outros, infelizmente, foram perdidos para sempre.
Mestiços: esta era uma sociedade em que a cor da pele determinava seu lugar na hierarquia social.
Segundo os costumes coloniais, a união entre um espanhol e uma indígena davam origem ao mestiço. Apesar disso, os mestiços eram aceitos porque eram criados num ambiente culturalmente branco.
Com o passar do tempo, indígenas, brancos, negros foram se unindo e gerando filhos. Isso provocou o surgimento de pessoas que não se encaixavam em nenhuma das categorias citadas acima.
Assim, passou a surgir uma série de palavras específicas para cada uma dessas uniões. Podemos citar: mulato, torna-atrás, mourisco, lobo, zambaio, coiote, cambujo, chamizo, etc.
Era um modo de estabelecer novas categorias, mas ainda assim o status de cada mestiço era ambíguo e dependia de quão branca fosse a cor da pele e seus costumes.
São muitos os territórios que foram ocupados pelos espanhóis na América. Vejamos:
Uruguai, Paraguai, Bolívia, Argentina, Chile, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Panamá, Honduras, Cuba, República Dominicana, Costa Rica, Nicarágua, Guatemala e México.
Além disso, os espanhóis povoaram algumas ilhas do Caribe que depois passaram às mãos de outros colonizadores como Jamaica, Trindade e Tobago, Guadalupe ou São Cristóvão e Neves.
Igualmente, grande parte do que hoje se denomina Estados Unidos formava parte do Vice-Reino da Nova Espanha e englobava os atuais estados de Califórnia, Texas, Florida, Nevada, Colorado, Utah, Arizona, Texas, Oregon, Novo México, Washington, e partes de Idaho, Montana, Wyoming, Kansas, Oklahoma e Louisiana.
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